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Vale Perdido

Purelink

Uma das revelações do ano passado,Signs” imediatamente provocou encanto a quem consigo de cruzou. A singular tela sonora de infusões, ondulações e outras metamorfoses, posicionou os Purelink enquanto caso exemplar de música essencial que motiva entrega e partilha genuínas. Evitando os habituais refúgios do espectro ambiental, este trio de Chicago evoca uma memória distorcida em volta do dub, shoegaze, glitch, jungle e tantas outras manifestações. Cada elemento se amalgama num prazenteiro jogo textural de formas abstratas, nunca realmente terminado, e por isso, sempre expansivo. Um fluxo tão natural como o momento que inspirou os três amigos a criarem este projecto comum. De uma sessão de improviso entre os seus computadores e uma mixer, pouco antes da pandemia, acabariam por encontrar um vasto território de som em estado líquido.

De resto, o poder gravitacional das suas peças ganha uma óbvia dimensão através da sensibilidade percussiva dos Purelink. Existe uma noção composicional, repleta de melodias subliminares e harmonias inusitadas, numa lógica de progressão infinita.

Com momentos mais borbulhantes, a ecoar os exercícios quase-meditativos de Huerco S. ou Barker, escutamos microtonalidades aparentemente inexistentes e sentimos as nuvens originárias desta condensação de sons nas pontas dos dedos. Outra estreia nacional no Vale Perdido – e no melhor timing possível.

Qui 14.11

Lisa

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